sexta-feira, 28 de agosto de 2015

O descaso com os Profissionais da educação

Por Mariene Hildebrando

O descaso com os Profissionais da educação 
A data é comemorada no dia 06 de agosto.
Sabemos que uma das classes mais desvalorizadas no Brasil, é a dos profissionais da Educação. Valorizar essa classe tão importante e fundamental para o desenvolvimento e o futuro  de qualquer nação, deveria ser a prioridade de qualquer governo que preze a sua independência e o futuro de seus jovens. A valorização dos profissionais da educação passa  por gestão, por aplicação dos recursos  e investimento  na formação desse profissional. A medida  que nos sentimos valorizados, não tememos o futuro, pois conseguimos projetar a nossa existência de maneira digna. Um país só se desenvolve quando investe em Educação. Qualificar e dar ênfase a formação do docente é uma medida de fundamental importância para melhorar a qualidade da educação no Brasil. Bons salários, planos de carreira, investir em cursos de capacitação para professores, é condição fundamental para o avanço nessa área, valorizar o trabalho dos professores, essa deveria ser uma das metas do governo. A Educação de qualidade está diretamente ligada ao desenvolvimento econômico, precisamos de pessoas qualificadas para preencher as vagas de um mercado de trabalho cada vez mais exigente, e isso não se consegue com um ensino de baixa qualidade. Mais instrução, melhor salário, e consequentemente  isso irá se refletir em uma melhor qualidade de vida. O baixo investimento na educação pública produz um quadro desolador que vem há anos se arrastando na educação brasileira. Está na hora da educação ser tratada com seriedade nesse país, ser prioridade, tirar a educação da situação de precariedade em que ela se encontra. Incentivos aos educadores é fundamental, para que ele tenha vontade de ir adiante, de buscar por mais instrução, por mais qualificação. A escola brasileira está doente. Nós educadores somos o agente principal da ação docente. O investimento em nossa qualificação deveria ser  primordial para qualquer governo.Um ensino de qualidade  passa pelas necessidades coletivas e individuais dos profissionais da educação que tem influência direta na aprendizagem do aluno, pela escola que ajuda a formar cidadãos e deve prepará-los para o exercício da cidadania. Dar o suporte através de cursos, seminários, para que o professor tenha o domínio sobre a teoria, se aproprie do saber e possa se utilizar de uma práxis forte e substancial onde sua capacidade e habilidade se desenvolvam em prol não só dele mesmo, como e principalmente para o desenvolvimento pleno do aluno. As condições em que os professores  vem trabalhando , sem incentivos, salários dignos, planos de carreiras decentes, ou nenhum plano, os faz descrer de um futuro  melhor, de uma vida digna. A Rotina de um professor é estafante. Trabalhar com educação sem as condições apropriadas e ainda se sentir desvalorizado, sem estímulo para continuar, constitui um agravante nessa rotina. Horas falando, se deparando com todo tipo de aluno e de situações difíceis, sobrecarregando a saúde mental e física. Condições de trabalho inadequadas, professores trabalhando 60 horas para  aumentar sua  renda, fazendo o papel de pais, além de educadores. Esse papel, está sendo passado para esses profissionais. Resultado? Doenças, e doenças significam professores a menos em sala de aula. Uma doença em que nós professores somos campeões chama-se Síndrome de Burnout, conhecida também como a síndrome do esgotamento profissional. Segundo o Dr. Drauzio Varella a principal característica da síndrome é:
 “O estado de tensão emocional e estresse crônicos provocado por condições de trabalho físicas, emocionais e psicológicas desgastantes.O sintoma típico da síndrome de burnout é a sensação de esgotamento físico e emocional que se reflete em atitudes negativas, como ausências no trabalho, agressividade, isolamento, mudanças bruscas de humor, irritabilidade, dificuldade de concentração, lapsos de memória, ansiedade, depressão, pessimismo, baixa autoestima.”
Não é preciso dizer que isso reflete diretamente  no aluno e na qualidade do ensino.
A máxima de que a Educação é a base da sociedade continua valendo. Ajudar a formar cidadãos pensantes, reflexivos, atuantes, requer  mudança na educação como um todo. Essa mudança passa pelos profissionais da educação também. Eis o grande desafio. O aperfeiçoamento profissional deve ocorrer em todas as áreas do conhecimento, em todas as profissões, mas quando se trata do educador a evolução tem que ser constante. Para isso faz-se  necessário estar atualizado, se aperfeiçoando, aprendendo novos métodos, novas técnicas, trazendo a inovação para dentro da instituição. O mundo se transforma rapidamente, e devemos acompanhar essa evolução nos mantendo sempre informados, o que ocorre principalmente através de cursos, de estudos. Sabemos que para ser bom professor é necessário muito mais do que vocação e boa vontade. É necessário investir numa boa formação, capacitação e valorização desses profissionais. Precisamos recuperar a dignidade perdida. Lutar por uma educação de qualidade, inclui valorizar o docente. Estamos longe de atingir essa meta. A Educação é fundamental para o crescimento econômico e o desenvolvimento humano e social. O conhecimento transforma, liberta, nos faz seres pensantes e com opinião, talvez isso não seja prioridade porque não é interessante ter cidadãos atuantes e questionadores...quem sabe...
Mariene Hildebrando
Professora e especialista em Direitos Humanos


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