O descaso com os Profissionais
da educação
Sabemos que uma das classes
mais desvalorizadas no Brasil, é a dos profissionais da Educação. Valorizar
essa classe tão importante e fundamental para o desenvolvimento e o futuro de qualquer nação, deveria ser a prioridade
de qualquer governo que preze a sua independência e o futuro de seus jovens. A
valorização dos profissionais da educação passa
por gestão, por aplicação dos recursos
e investimento na formação desse
profissional. A medida que nos sentimos
valorizados, não tememos o futuro, pois conseguimos projetar a nossa existência
de maneira digna. Um país só se desenvolve quando investe em Educação.
Qualificar e dar ênfase a formação do docente é uma medida de fundamental
importância para melhorar a qualidade da educação no Brasil. Bons salários,
planos de carreira, investir em cursos de capacitação para professores, é
condição fundamental para o avanço nessa área, valorizar o trabalho dos
professores, essa deveria ser uma das metas do governo. A Educação de qualidade
está diretamente ligada ao desenvolvimento econômico, precisamos de pessoas
qualificadas para preencher as vagas de um mercado de trabalho cada vez mais
exigente, e isso não se consegue com um ensino de baixa qualidade. Mais
instrução, melhor salário, e consequentemente
isso irá se refletir em uma melhor qualidade de vida. O baixo
investimento na educação pública produz um quadro desolador que vem há anos se
arrastando na educação brasileira. Está na hora da educação ser tratada com
seriedade nesse país, ser prioridade, tirar a educação da situação de
precariedade em que ela se encontra. Incentivos aos educadores é fundamental,
para que ele tenha vontade de ir adiante, de buscar por mais instrução, por
mais qualificação. A escola brasileira está doente. Nós educadores somos o
agente principal da ação docente. O investimento em nossa qualificação deveria
ser primordial para qualquer governo.Um
ensino de qualidade passa pelas
necessidades coletivas e individuais dos profissionais da educação que tem
influência direta na aprendizagem do aluno, pela escola que ajuda a formar
cidadãos e deve prepará-los para o exercício da cidadania. Dar o suporte
através de cursos, seminários, para que o professor tenha o domínio sobre a
teoria, se aproprie do saber e possa se utilizar de uma práxis forte e
substancial onde sua capacidade e habilidade se desenvolvam em prol não só dele
mesmo, como e principalmente para o desenvolvimento pleno do aluno. As
condições em que os professores vem
trabalhando , sem incentivos, salários dignos, planos de carreiras decentes, ou
nenhum plano, os faz descrer de um futuro
melhor, de uma vida digna. A Rotina de um professor é estafante.
Trabalhar com educação sem as condições apropriadas e ainda se sentir
desvalorizado, sem estímulo para continuar, constitui um agravante nessa
rotina. Horas falando, se deparando com todo tipo de aluno e de situações
difíceis, sobrecarregando a saúde mental e física. Condições de trabalho
inadequadas, professores trabalhando 60 horas para aumentar sua
renda, fazendo o papel de pais, além de educadores. Esse papel, está
sendo passado para esses profissionais. Resultado? Doenças, e doenças
significam professores a menos em sala de aula. Uma doença em que nós
professores somos campeões chama-se Síndrome de Burnout, conhecida também como
a síndrome do esgotamento profissional. Segundo o Dr. Drauzio Varella a
principal característica da síndrome é:
“O estado de tensão emocional e estresse
crônicos provocado por condições de trabalho físicas, emocionais e
psicológicas desgastantes.O sintoma típico da síndrome de burnout é a
sensação de esgotamento físico e emocional que se reflete em atitudes
negativas, como ausências no trabalho, agressividade, isolamento, mudanças
bruscas de humor, irritabilidade, dificuldade de concentração, lapsos de
memória, ansiedade, depressão, pessimismo, baixa autoestima.”
Não
é preciso dizer que isso reflete diretamente
no aluno e na qualidade do ensino.
A
máxima de que a Educação é a base da sociedade continua valendo. Ajudar a
formar cidadãos pensantes, reflexivos, atuantes, requer mudança na educação como um todo. Essa
mudança passa pelos profissionais da educação também. Eis o grande desafio. O
aperfeiçoamento profissional deve ocorrer em todas as áreas do conhecimento, em
todas as profissões, mas quando se trata do educador a evolução tem que ser
constante. Para isso faz-se necessário
estar atualizado, se aperfeiçoando, aprendendo novos métodos, novas técnicas,
trazendo a inovação para dentro da instituição. O mundo se transforma
rapidamente, e devemos acompanhar essa evolução nos mantendo sempre informados,
o que ocorre principalmente através de cursos, de estudos.
Sabemos que para ser bom professor é necessário muito mais do que vocação e boa
vontade. É necessário investir numa boa formação, capacitação e valorização
desses profissionais. Precisamos recuperar a dignidade perdida. Lutar por uma
educação de qualidade, inclui valorizar o docente. Estamos longe de atingir
essa meta. A Educação é fundamental para o crescimento econômico e o
desenvolvimento humano e social. O conhecimento transforma, liberta, nos faz
seres pensantes e com opinião, talvez isso não seja prioridade porque não é
interessante ter cidadãos atuantes e questionadores...quem sabe...
Mariene
Hildebrando
Professora
e especialista em Direitos Humanos
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