Foi a mais longa rebelião da história brasileira, a Revolução Farroupilha, ou Guerra dos Farrapos, recebeu seu nome dos pobres esfarrapados que compunham a maioria da tropa insurgente, embora fosse liderada pelos estancieiros (fazendeiros de gado do Sul do país). Reivindicavam maior autonomia provincial e a redução dos altos impostos que incidiam sobre o charque (carne-seca) gaúcho. Os estancieiros não tinham condições de competir em situação de igualdade com o charque platino, produzido com mão-de-obra assalariada, mais eficiente e produtiva que o caro braço escravo usado nas estâncias gaúchas. Outros produtos, como o gado e seus subprodutos, como couro e sebo, destinados a outras províncias, enfrentavam obstáculos semelhantes.
A Revolução Farroupilha teve início em 1835, quando Bento Gonçalves, filho de um rico proprietário de terras no Rio Grande do Sul, tomou a cidade de Porto Alegre, depondo o presidente da província.
No Ano seguinte, os revoltosos proclamaram a República Rio-Grandense, com sede na Vila Piratini. Logo a revolta alastrou-se pelo sul do país, atingindo Santa Catarina, onde foi proclamada a República Juliana, com o auxílio de Davi Canabarro e Giuseppe Garibaldi, líder revolucionário italiano que participou ativamente do movimento.
Durante o Segundo Reiando, a rebelião entrou em declínio, especialmente diante da repressão empreendida pelo governo central, comandada pelo barão de Caxias. Diante de sucessivas derrotas, os revoltosos assinaram, em 1845, um acordo chamado Paz de Ponche Verde, que garantia anistia geral aos revoltosos, incorporação dos oficiais farroupilhas ao exército imperial, devolução das terras ocupadas aos antigos proprietários, taxação de 25% sobre o charque platino e libertação dos escravos que lutaram na revolução. Fez também parte do acordo de paz a encampação das dívidas contraídas pelos governos criados pelos revolucionários. Por sua importante atuação, Caixas recebeu o título de "Pacificador do Império".
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