quarta-feira, 26 de junho de 2013

Investimento do Brasil em educação sobe e alcança média da OCDE



Um estudo da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) divulgado nesta terça-feira indica que o investimento do Brasil em educação aumentou de 3,5% para 5,6% do produto interno bruto (PIB) entre os anos 2000 e 2010, alcançando assim a média de investimento dos países da organização, que é de 5,4%.
Pertencem à OCDE 34 países, a maioria deles desenvolvidos, como França, Alemanha, Estados Unidos e Grã-Bretanha, e também nações emergentes, como México e Chile.
Divulgado nesta terça-feira em Bruxelas, o relatórioEducation at a Glance ("Educação em Revista", em tradução livre) afirma, no entanto, que o governo brasileiro investiu em média US$ 2.964 (aproximadamente R$ 6,6 mil) por estudante em 2010, contra US$ 8.382 (cerca de R$ 18,8 mil) nos países da OCDE.
O nível de investimento público do Brasil na educação em 2010 foi igual ao da Áustria, superior ao dos EUA (5,1% do PIB) e comparável com o da França (5,8%) e o da Grã-Bretanha (5,9%), mas ficou longe dos primeiros países da lista da OCDE. A Dinamarca dedicou 7,6% de seu PIB ao setor, a Noruega, 7,5% e a Islândia, 7%.
Entre os países da América Latina analisados no estudo, o Brasil tem o segundo maior nível de investimentos no setor, atrás da Argentina, que em 2010 destinou 5,8% do PIB à educação, mas à frente de México e Chile, com 5,1% e 3,9%, respectivamente.
A educação superior recebeu a maior parcela de gastos no Brasil ─ US$ 13.137 por estudante, mais que a média dos países da OCDE, de US$ 11.383, e mais que os US$ 12.112 dos Estados Unidos, onde 31% dos investimentos em educação são de fonte privada.
Por outro lado, os investimentos brasileiros em educação primária e secundária foram muito inferiores aos dos países ricos ─ US$ 2.653 por estudante, comparado com US$ 8.412 nos países da OCDE e US$ 11.859 nos EUA.

'Bons investimentos'

"Não há ligação direta entre o nível de investimento e a qualidade da educação. O que faz a diferença é a qualidade do investimento, não a quantidade. E o Brasil, nesses últimos anos, soube utilizar bem seus investimentos na educação", disse Eric Charbonnier, analista da OCDE, à BBC Brasil.
A organização considera que "durante a última década o Brasil provou que era capaz de melhorar sensivelmente o desempenho de seus alunos" combinando o aumento em investimentos com uma "divisão de gastos mais equilibrada que no passado".
"Os fundos federais são agora consagrados aos estados mais pobres, garantindo a seus estabelecimentos (de ensino) recursos similares aos dos estabelecimentos de estados mais ricos", diz o relatório.
O documento também destaca programas de formação para professores de todos os níveis, entre eles o "Universidade Aberta", programas de cooperação entre universidades federais e estabelecimentos municipais para intercâmbio de melhores práticas e a criação do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), em 2007.
Como resultado, a classificação do país no Programa Internacional de Avaliação de Alunos (PISA) entre 2000 e 2009 melhorou 16 pontos no quesito compreensão escrita, 15 em ciências e 30 em matemática, apesar de que sua pontuação "continua muito inferior à média da OCDE".
Por outro lado, um ranking divulgado no ano passado pela consultoria Economist Intelligence Unit (EIU) colocou o Brail em penúltimo lugar entre 40 países no tocante à qualidade da educação.
O ranking foi compilado com base em testes de alunos realizados entre 2006 e 2010 e em outros critérios, como a quantidade de alunos que ingressam em universidades.

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