domingo, 2 de dezembro de 2012

Educação deve garantir a quilombolas acesso a conhecimentos de seu povo



País


Educação deve garantir a quilombolas acesso a conhecimentos de seu povo

Agência Brasil
Em busca do resgate das raízes das comunidades remanescentes de quilombos, o Ministério da Educação publicou, no fim de novembro, as  diretrizes curriculares nacionais para a educação escolar quilombola. O documento institui orientações para que os sistemas de ensino formulem projetos político-pedagógicos adequados à especificidade das vivências, realidades e história dessas comunidades.
Segundo a Fundação Cultural Palmares, existem 3.754 comunidades remanescentes de quilombos espalhadas pelo Brasil, a maioria concentrada  nos estados do Maranhão, da Bahia e de Minas Gerais. Ao todo, as comunidades abrigam 130 mil famílias.
Para o diretor do Departamento de Proteção ao Patrimônio Afro-Brasileiro, Alexandro Reis, é necessário haver a contextualização histórica  para garantir o respeito à identidade cultural das comunidades quilombolas. “Não adianta falar da história do Brasil, dizendo que o quilombo era espaço de resistência da escravidão sem trazer a importância da comunidade quilombola. O quilombo era um espaço de negros que fugiram da escravidão. Só isso? Quem eram esses negros? Quais eram suas línguas? Se não contextualizar, perde a riqueza histórica”, analisa Reis.
As diretrizes envolvem o financiamento, arquitetura escolar, condições de trabalho do professor, formação de professores, alimentação escolar, formas de ensinar e aprender e o processo didático-pedagógico específicos para a educação quilombola. Além disso, também incluem as orientações sobre a obrigatoriedade do ensino de história e da cultura afro-brasileira, como estabelece a Lei nº 10.639/2003. Segundo Reis, as diretrizes começam a ser implementadas a partir do ano que vem.

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