terça-feira, 14 de agosto de 2012

Ideb: Ensino Médio ainda é um desafio, diz Mercadante

Terra- notícias



DIOGO ALCÂNTARA
Direto de Brasília
O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, apresentou nesta terça-feira os dados do Índice da Educação Básica (Ideb) de 2011. Segundo os números apresentados, o Ensino médio atingiu a meta, mas não a superou. "O Ensino médio continua sendo um grande desafio do sistema educacional", disse Mercadante. Segundo o ministro, o problema deve ser enfrentado com "grande prioridade".
O ministro apontou a sobrecarga na grade curricular como uma das causas na estagnação dos números referentes ao ensino médio. Segundo ele, há na rede pública 13 disciplinas obrigatórias e há estudantes com 19 disciplinas na rede. "É uma sobrecarga muito grande, que não contribui para você ter foco nas disciplinas essenciais", afirmou, apontando a educação em tempo integral como prioridade estratégica.
Anos iniciais
"Todas as regiões evoluíram, e as regiões mais defasadas cresceram mais aceleradamente", afirmou o ministro sobre as séries iniciais. Segundo Mercadante, todos os Estados alcançaram a meta, mas "alguns avançaram muito além". Conforme os dados apresentados, 77,7% das cidades brasileiras alcançaram ou superaram a meta.
Entre 2005 e 2011, houve uma redução de 1,3 milhão de matrículas, tanto por migração, pela queda do crescimento demográfico e migração para o setor privado. Para Mercadante, no entanto, isso não prejudica a avaliação.
O ministro destacou, ainda, a importância da educação infantil para os resultados positivos no Ideb. "A educação infantil não pode mais ser vista como assistência social, ela é uma parte fundamental para a política educacional", disse.
Mercadante destacou também o investimento na educação para o crescimento. "Tínhamos o Fundef (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério) até 2006, em que o MEC só tratava o ensino fundamental. O Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação) passou a incluir a educação infantil e o Ensino Médio, ampliou a abrangência da cobertura", afirmou.
O ministro elencou outros elementos para parte da melhora dos índices de ensino na educação básica. Dentre elas, estão a "melhora na gestão", a permanência no programa Bolsa Família em domicílios de baixa renda e o volume de investimentos feitos na área. Em 2005, foram investidos R$ 32,7 bilhões na educação. Hoje, segundo o ministro da Educação, o investimento é de R$ 98,5 bilhões. "O Brasil sabe o que tem de ser feito nos anos iniciais, e está fazendo. Temos programas que darão segurança para que essa trajetória continue avançando, como estamos vendo hoje", disse Mercadante, citando o programa de creches Brasil Carinhoso e o Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa, que ainda será lançado.
Anos finais
Segundo os dados apresentados pelo ministro, 62,5% dos municípios alcançaram ou superaram as metas para os anos finais do ensino fundamental. "Nem todos os Estados atingiram a meta (...) vamos evitar comentários sobre cada unidade da federação", disse.
Nos anos iniciais, há um professor por turma. Nos anos finais, por outro lado, há um professor por disciplina. "Isso é um complicador, porque temos em média oito disciplinas obrigatórias", declarou o ministro, ao afirmar que deve se dedicar atenção especial à 6ª série, uma fase de transição para o aluno.
Ideb
A avaliação foi criada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) em 2007, com dados contabilizados a partir de 2005, e leva em conta dois fatores que interferem na qualidade da educação: o rendimento escolar (aprovação, reprovação e abandono) e médias de desempenho nas avaliações da pasta (Prova Brasil e Saeb). Os exames avaliam o conhecimento dos alunos em língua portuguesa e matemática no final dos ciclos do Ensino Fundamental, de 4ª série (5º ano) e 8ª série (9º ano), e no terceiro ano do Ensino Médio.

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