Umuarama Ilustrado
Por Erick Caldas Xavier
Tratar sobre meio ambiente e sustentabilidade na escola deve ir muito além de ensinar as crianças sobre economizar água, sobre os animais e sobre a importância das florestas. Primeiramente é um grande erro afirmar que o futuro do Planeta Terra e do nosso meio ambiente, sadio e equilibrado, depende das crianças, pois serão elas que aprenderão a fazer certo no futuro tudo aquilo que fizemos de errado no passado e que continuamos a fazer no presente. Isso é comodismo por cada um de nós não se esforçar um pouquinho só em mudar pequenos hábitos, covardia por colocar nas costas de nossos filhos o dever de arrumar o que destruímos e finalmente, burrice, pois se não mudarmos agora não haverá futuro para criança nenhuma consertar.
A escola é o espaço onde jovens humanos irão aprender os primeiros conceitos sobre o mundo em que vivem e onde irão atuar como cidadãos plenos. Porém, que mundo as crianças e adolescentes de hoje irão se deparar em um futuro próximo?
Inevitavelmente uma mudança deverá ocorrer para que nós, 7 bilhões de Homo sapiens juntamente com os novos milhões que estão por vir, possamos viver de forma confortável, com saúde, bem estar e felizes. Obviamente a nossa qualidade de vida e felicidade está atrelada invariavelmente à saúde da Terra, então obviamente deveremos repensar nossos meios de produção de forma que garantam alimento suficiente para todos sem esgotar os recursos naturais, a forma de transporte que não polua e que não abarrote as cidades, fontes de energias renováveis limpas, de baixo impacto e baratas, produção industrial socialmente responsável, um comércio justo, um padrão de consumo sustentável e uma economia que tenha como meta um crescimento qualitativo e não quantitativo.
Todos esses setores estão à beira de uma crise, pois se mostraram tão insustentáveis e inviáveis que agora se encontram diante de uma necessária mudança. A mesma crise não passa longe das salas de aula. Professores possuem a sensação desesperadora de perda da autoridade e respeito. Alunos – já nascidos na era da informação rápida, fácil e superficial oferecida pela internet – pouco encontram de interessante no quadro negro com suas longas horas de conteúdo em giz-de-cera, atados em suas cadeiras. Finalmente, temos alguns pais que, seja pela dura rotina de trabalho, em que marido e mulher precisam trabalhar, ou seja pelo simples comodismo, esqueceram que “educação começa em casa” e deixaram o caráter e a disciplina de suas crianças ao vento e sob os cuidados dos professores que nunca tiveram a obrigação de “educar” os filhos dos outros, mas sim de “ensinar”. O elo professor-pai-aluno se rompeu e urgentemente precisa ser restaurado.
Se tudo deverá ser repensado para que tenhamos uma sociedade sustentável e renovada, então a escola e o método de ensino que temos hoje também deverão ser repensados e renovados. Tanto escolas públicas, quanto particulares, precisarão rever que tipo cidadão estarão formando. Brilhantes cientistas, grandes líderes e admiráveis artistas, um dia foram crianças distraídas, adolescentes encrenqueiros e jovens incompreendidos, alunos que poderiam passar despercebidos por mim e por você, mas que mudaram o curso da história.
Em uma classe, por mais difícil que ela seja, enquanto houver um aluno com potencial de fazer a diferença, ainda valerá a pena para um professor acordar cedo e cumprir a sua jornada. Em uma escola, enquanto houver um professor esperançoso e motivado, que acredite em sua missão de formar pessoas que poderão mudar o mundo, ainda valerá a pena acreditar em um futuro mais sustentável.
Erick Caldas Xavier
Secretário Executivo do CORIPA, Secretário de Meio Ambiente e Turismo de S. J. do Patrocínio, Conselheiro do Conselho Estadual de Recursos Hídricos e Vice-presidente do Conselho Regional de Biologia do Paraná
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